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Aleatoriamente Aleatório

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02
Jan15

E o vencedor do desafio é...


Bárbara

E é hoje o dia de anunciar o vencedor do desafio.

Tive dois participantes:

Um texto pequeno e outro maiorzito..., e o vencedor foi o do maiorzito, escrito por Maria das Palavras.

Obrigado Anabela mas o teu texto estava pouco desenvolvido, mas também estava bom.

Aos que não chegaram a participar não se preocupem pois vão haver mais desafios... e aos que participaram, obrigado.

Deixo-vos com o texto da vencedora:

 

Todos estavam entusiasmados com a festa exceto...ele.

Faltavam dois dias para o Natal e era um sururu desgraçado em volta da ocasião. Discutiam-se as ceias (peru ou bacalhau?) e as sweats de malha desengraçadas com renas que se usariam na consoada, em frente à lareira. Como o resto da família em volta.

Ele não.

É que nessa noite ele trabalhava. Trabalhava sempre. E por mais que o convidassem para a festa X ou Y ele via-se obrigado a declinar: era demasiado responsável e havia pessoas que dependiam da disponibilidade dele para picar o ponto nessa altura.

Isto contava ele sentado no divã da sua psiquiatra. Ele tirava notas, ajeitava os óculos, acenava com a cabeça. E ele continuava.

Depois havia outra coisa – continuava ele o relato. Todos mencionavam “sem querer” o que gostariam de receber quando estava perto dele. Todos lhe davam atenções especiais. Todos fingiam grandes amizades, que em passando Dezembro, passavam também.
Então a doutora pigarreou e falou pela primeira vez no decorrer daquela consulta a 22 de Dezembro:

- Mas diga-me, Nicolau, já não gosta de ser o Pai Natal?

Ah, pois. Esqueci-me de dizer. Este que não estava ansioso para a festa de Natal era o gordo barbudo que tinha a fotografia em todas as garrafas de Coca-Cola por esta altura. É que ele não queria fama. Só passar um Natal descansado junto da família. Mas...

- Sabe Doutora, desabafo consigo e entristeço-me com estas coisas que lhe conto, mas não posso afirmar que não goste da minha profissão. Os horários são bons: calha ao feriado, mas é só uma vez no ano. Tenho benefícios fiscais por causa da vertente solidária. O vermelho até me fica bem...

A doutora assentia com a cabeça apenas, enquanto ele sozinho chegava à conclusão do costume:

- Sabe que mais? Até estou entusiasmado. Posso viver esta festa de uma forma diferente, mas vejo muitos sorrisos numa só noite para me estar a queixar.

Levantou-se e correu para fora do consultório, enquanto se despedia a gritar:

- Até para o ano, doutora! Tenho de ir que ainda me falta embrulhar uns presentes!

 

 

 

 

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